segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Ser terapeuta...

“Ser terapeuta pode significar muitas coisas. Todas elas, de alguma forma, expressam a idéia de gerar alguma mudança, algum movimento, no sentido de melhorar pessoas em sofrimento. Muitas teorias buscam compreender a questão da mudança, o que é fundamental acontecer para que haja movimento, para que a terapia aconteça. O terapeuta tem de dizer ou fazer algo que contenha uma diferença. Trata-se de uma diferença sutil, de um toque criativo que acrescente esperança e conduza à mudança. Nisto se diferenciam os terapeutas, entre os verdadeiramente talentosos, que acrescentam algo realmente novo e os que repetem fórmulas, burocraticamente. Não importa tanto a teoria que utilizam como referência para suas intervenções. Cada vez mais, em nosso tempo, os terapeutas são informados por uma mescla de diversas teorias, variados enfoques, que cada qual organiza a seu modo, de acordo com sua personalidade, seu jeito de ser terapeuta. Em suma, a criatividade, a generosidade e o amor são inerentes à função do terapeuta.”
Frente a este trecho escrito por Luiz Carlos Prado, proponho uma reflexão, a nós psicólogos, acerca da nossa profissão. Ninguém procura um psicólogo para dizer que está muito bem, que está feliz. As pessoas nos procuram por necessidade, quando estão com algum problema, quando algo em suas vidas não anda bem, quando estão em sofrimento psíquico. Constantemente somos depositários de segredos, angústias, medos, sonhos, desejos... Então... Que tipo de terapeutas estamos sendo? Que diferença estamos fazendo na vida de nossos clientes? Com que grau de seriedade, ética e comprometimento estamos encarando nosso trabalho? Será que estamos preparados para atender determinado caso ou seria melhor encaminharmos a algum colega? Será que estamos cobrando um preço justo e não estamos prostituindo e denegrindo a imagem da nossa profissão? E nós, será que estamos cuidando da nossa saúde mental para que possamos cuidar da saúde mental do outro?
Que neste dia 27 de agosto possamos parar e refletir sobre o nosso “ser terapeuta”, independente da linha que escolhemos seguir, independente da nossa área de atuação, a fim de percebermos nossos erros e acertos. Que a mudança comece por nós.
Parabéns aos colegas que “vestem a camiseta” e encaram esta profissão com ética, respeito e comprometimento.

Fernanda Callegari Beltrame – Psicóloga - CRP 07/16661

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