segunda-feira, 26 de março de 2012

Somatização – Você sofre desse problema?

Dor no peito, tontura, fadiga, dor nas costas, dor abdominal, dor de cabeça, dor de garganta e falta de ar. Quantas vezes você já sentiu alguma dor destas e ao procurar um médico e fazer exames descobriu que não tinha nada fisicamente? A isso dá-se o nome de somatização.

Somatização são manifestações orgânicas onde a pessoa transfere para o seu corpo uma carga emocional decorrente do problema que está vivendo. A conseqüência disso muitas vezes pode ser o surgimento de uma doença ou o agravamento de uma doença já existente. A pessoa, por não saber expressar suas emoções e externalizar seus conflitos de forma adequada, acaba por armazenar as tensões em seu corpo. Com isso, são desencadeados alguns processos no organismo que com o tempo, geram o estresse e o aparecimento de doenças. É bastante comum confundir a somatização com o transtorno de hipocondria. A diferença é que na hipocondria, a pessoa é preocupada em excesso com a própria morte. O medo de ficar doente é tão grande que muitas vezes ela interpreta um mal-estar passageiro com um sinal de doença grave.

As doenças psicossomáticas surgem em momentos de muita ansiedade, estresse e frustração, sendo bastante comuns em pessoas que não costumam extravasar seus sentimentos, guardando-os para si como dor e mágoa. Assim, a tensão causada por eles se acumula no organismo e uma hora “explode”, causando manifestações do organismo.

Quem sofre com a somatização são pessoas que tem dificuldade de expressar suas emoções de forma adequada ou que as reprimem. São freqüentes os casos em que a doença dura a vida inteira. Doentes psicossomáticos tem muita dificuldade em admitir que tem um problema de fundo emocional, justamente por conta dos sintomas físicos que o acompanham. Seu raciocínio os faz pensar que se tem sintomas físicos certamente é uma doença e não um problema de fundo emocional. Isso os leva a ter uma resistência muito grande para procurar tratamento psicológico, mesmo com a insistência dos médicos que os acompanham. Mesmo quando vão ao psicólogo esses pacientes o fazem de má vontade e não conseguem falar de sua vida íntima ou de seus sentimentos, o que leva ao abandono do tratamento.

- De que forma a Terapia Cognitivo-Comportamental pode ajudar? -

A terapia cognitivo comportamental tem muito a oferecer às pessoas acometidas pelo transtorno somatoforme. O objetivo do tratamento é ensinar o paciente a lidar com os sintomas físicos e entender que eles tem uma origem psíquica. Se não houver tratamento psicológico e mudanças na vida do paciente, a somatização pode se arrastar pela vida inteira. Um grande passo é aprender a lidar de forma positiva com emoções e conflitos, que são os fatores que geram as doenças psicossomáticas. Concomitante à terapia, o apoio de familiares e amigos é muito importante para a auto-estima de um doente psicossomático. Em primeiro lugar é preciso entender que a pessoa sofre muito com os sintomas físicos e não cobrar que o que a pessoa sente é fruto da sua imaginação.


quarta-feira, 14 de março de 2012

Mulher: Sensibilidade e atitude!

Mesmo com toda independência conquistada, ser mulher nos dias de hoje não é tarefa fácil. Muitas encaram, diariamente, jornadas duplas e até triplas que envolvem cuidados com a casa, filhos, marido, trabalho e até estudos. Com a agitação da vida moderna e o aumento dos afazeres, muitas vezes a mulher não tem tempo de olhar para si e de cuidar-se. Agora pare e pense: Qual foi a última vez que você pensou primeiro em você? Como você está se sentindo consigo mesmo? Como está sua auto-estima? E a sua saúde?

A saúde feminina encontra-se diretamente ligada com a sua auto-estima. A auto-estima não é coisa que surge de repente. Por mais que não nos demos por conta, ela vem sendo formada desde a nossa infância, a partir da visão que temos de como somos tratados pelo outro. Por exemplo, uma criança que geralmente não tem o reconhecimento dos pais pode crescer com um sentimento de menos valia e, ao longo de sua vida, formar uma crença disfuncional de que ela não é bem vista pelos outros.

A auto-estima apresenta dois componentes fundamentais: o sentimento de competência pessoal e o sentimento de valor pessoal. Em outras palavras, a auto-estima é a soma da autoconfiança com o auto-respeito. Ela reflete o julgamento implícito da nossa capacidade de lidar com os desafios da vida (entender e dominar os problemas) e o direito de ser feliz (respeitar e defender os próprios interesses e necessidades).

Quando a auto-estima está baixa a mulher se sente insegura, com dúvidas, incerta do que realmente é, com um sentimento vago de não ser capaz de fazer nada. Acredita não ser capaz de ter alguém que a ame, de fazer aquilo que quer, de cuidar de si, o que, por sua vez, vem a desenvolver um forte sentimento de insegurança. Esse sentimento a faz desistir de tudo que começa, sempre achando que não vai conseguir. Frequentemente culpam os outros pelos próprios erros, encaram todas as críticas como ataques pessoais e tornam-se dependentes de relações doentias. O maior indicador de uma pessoa com auto-estima baixa é quando ela sente intensa necessidade de agradar, não consegue dizer não, busca aprovação e reconhecimento por tudo o que faz, sempre querendo se sentir importante para as pessoas, já que, na verdade, não se sente importante para si mesma.

Desenvolver a nossa auto-estima é desenvolver a convicção de que somos capazes de viver e somos merecedoras da felicidade e, portanto, capazes de enfrentar a vida com mais confiança, boa vontade e otimismo. Podemos atingir nossas metas e sentirmo-nos realizadas. Quanto maior a nossa auto-estima, mais bem equipados estaremos para lidar com as adversidades da vida e mais relacionamento saudáveis iremos ter. Poderemos ser mais criativas em nosso trabalho, o que certamente aumentaria a probabilidade de obtermos o sucesso.

Algumas dicas para elevar sua auto-estima:

- Identifique suas qualidades, não só seus defeitos;
- Cuide de si, pratique atividades físicas;
- Foque os aspectos positivos dos acontecimentos do dia a dia e encare as frustrações como aprendizado;
- Não fique se lamentando por coisas do passado. O que passou não tem como ser modificado;
- Ache um meio termo. Quem tem baixa auto-estima encara os fatos como tudo ou nada; - Se o que você planejou não saiu como esperado, não se sinta fracassada. Não é porque algo deu errado que você é um fracasso total. determinada coisa não saiu como;
- Faça algo todo dia que a deixe feliz. Pode ser conversar com alguém, ler um livro, descansar. O importante é achar uma tarefa que a faça relaxar e sentir-se bem.

* Material elaborado pela Psicóloga Fernanda Callegari Beltrame em parceria com a CliniCASSI Santa Maria.