quarta-feira, 25 de julho de 2012

Terceira idade: das limitações à qualidade de vida

O envelhecimento humano, assim como as demais etapas da vida é um processo de transformação do organismo que se reflete nas suas estruturas físicas, nas manifestações da cognição, bem como na percepção subjetiva dessas transformações. A preocupação com a qualidade de vida na velhice ganhou importância especificamente nos últimos 30 anos e isso se deu em função do crescimento do número de idosos juntamente ao aumento da longevidade.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a qualidade de vida pode ser definida como “a percepção do indivíduo da sua posição na vida, no contexto de sua cultura e dos sistemas de valores da sociedade em que vive em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.
Com o passar do tempo a pessoa idosa começa a perceber inúmeras diferenças físicas e psicológicas. A agilidade antes presente começa a ceder espaço a um cansaço, ao se olhar no espelho percebe que seus cabelos tornaram-se brancos, a pele um pouco enrugada, a memória pode não se manifestar tão boa como antigamente, dentre outras mudanças. O tempo livre já não é mais visto com bons olhos, muitas vezes se fazendo presente um sentimento de frustração e inutilidade. É comum nesta etapa da vida a manifestação de sintomas depressivos e da demência do tipo Alzheimer (DTA).
A depressão caracteriza-se principalmente por um estado de humor deprimido e melancólico. Freqüentemente é acompanhada de insônia, ansiedade e de tensão muscular, podendo ocorrer dores musculares (geralmente nas costas ou na nuca) acompanhadas de dores de cabeça. Ainda pode haver tremores nas mãos, palpitações e sudorese, o que a faz ser confundida com outras patologias. A inatividade, a solidão e as perdas de entes queridos estão entre as principais causas de depressão na terceira idade.
A DTA é o tipo mais comum de demência e é considerada uma doença neurodegenerativa, ou seja, advém de um processo degenerativo no sistema nervoso central. Ela acontece gradativamente e provoca alterações cognitivas (perda de memória) e motoras, acarretando em uma perda gradual da independência na realização de tarefas cotidianas. Os problemas de memória por sua vez, comprometem a capacidade de elaborar e recordar informações, podendo diminuir inclusive o vocabulário da pessoa acometida pela DTA. Com isso há sérios prejuízos, tanto social quanto ocupacional.
A psicoterapia, sem dúvida, é de grande valia para os idosos com quadros depressivos ou demenciais e seus familiares. Estes quadros, em especial a doença de Alzheimer trazem um grande sofrimento tanto para o paciente quanto para a sua família. Muitos acreditam, erroneamente, que o idoso não percebe os sintomas da doença. Ele percebe sim, especialmente no início da doença, onde se manifesta as primeiras perdas de memória. O idoso ao dar-se conta de que esqueceu alguns fatos se sente muito angustiado por não lembrar e de certa forma sabe que alguma coisa está errada. A terapia, neste sentido, vem a proporcionar um espaço onde ele possa falar dessa sua angústia, do que vem acontecendo e do seu medo em relação ao futuro. Deve ser realizado, também, um trabalho juntamente aos familiares, pois estes sofrem muitas vezes até mais do que o idoso frente a estes quadros. O profissional da psicologia pode ser um aliado na busca do bem-estar dos mesmos, pois através de uma escuta clínica das angústias, do sofrimento e da incerteza dos familiares perante ao estado de saúde dos idosos, ele pode ajudá-los a elaborar suas questões, a aceitar a situação e a buscar alternativas para minimizar o sofrimento do cliente e de todos envolvidos.
Algumas prevenções podem ser feitas no sentido de obter uma qualidade de vida mais saudável na terceira idade:
- O idoso deve ter momentos de lazer, bem como uma interação social, afim de que a mente possa manter-se sempre ativa e saudável. Uma forma bastante utilizada de interação social são os grupos de terceira idade.
- É importante que o idoso seja respeitado e possa desempenhar suas atividades normalmente, sempre levando em conta suas limitações.
- Compartilhar seus conhecimentos com as novas gerações é uma outra maneira de sentir-se ativo, assim o idoso tem a chance de passar aos outros o que sabe e manter-se integrado a sociedade.

Um comentário: