quarta-feira, 25 de julho de 2012

A Psicoterapia Cognitivo-Comportamental

A psicoterapia Cognitivo Comportamental (também conhecida por TCC), surgiu nos Estados Unidos por volta da década de 1960 e vem sendo cada vez mais aprimorada e difundida em todo o mundo. Com grande eficácia no tratamento de estados de ansiedade e outros distúrbios psicológicos, exerce muitas vezes um modelo reeducativo sobre o paciente. O tratamento pode ou não estar associado a medicamentos (prescrito apenas por médicos), entretanto passa a ser a principal forma de terapia quando não há indicação para o uso deste ou quando o mesmo possa causar fortes efeitos colaterais ou exista uma impossibilidade clínica para o seu uso.
O trabalho proposto pela TCC está focado nas conexões entre o que uma pessoa pensa sobre si mesma ou sobre a situação – que é a parte cognitiva, e como isso vai afetar sua maneira de agir – que é a parte comportamental. Dentro desta abordagem é fundamental o paciente entender o modelo cognitivo, ou seja, entender que há uma interação entre os pensamentos, os sentimentos e os comportamentos vivenciados. Nesta visão, os transtornos psicológicos são decorrentes de um modo distorcido ou disfuncional dos seres humanos enxergarem os acontecimentos, o que influencia o afeto e o comportamento. Os pensamentos conseguem modular as emoções e mantê-las disfuncionais, independente de suas origens. Não é apenas a situação que determina o que as pessoas sentem, mas sim o modo como elas interpretam determinados eventos. Se pegarmos o exemplo de uma pessoa deprimida, veremos que ela tem um modo de pensar negativo, que certamente afetará sua motivação e seu comportamento. A pessoa pode estar deprimida aliando dois fatores: uma perda pessoal, por exemplo e a predisposição genética para a depressão.
Esta abordagem concentra-se basicamente no que está acontecendo agora na vida do cliente ao invés de buscar causas no passado. Isso não quer dizer que o passado do indivíduo não vai interessar, claro que vai, porém o que acontece é que essa história não vai ser o foco principal do trabalho naquele momento. O objetivo é a identificação e a correção de padrões de pensamentos (crenças), tanto conscientes quanto inconscientes. Estas crenças podem ser funcionais ou disfuncionais – que é onde o terapeuta vai trabalhar, proporcionando ao cliente um melhor entendimento sobre si e indagando a validade ou equívoco de suas percepções.
Muitas vezes quando o cliente chega até um consultório psicológico, o motivo explicitado ao profissional, ou seja, a queixa inicial geralmente é o menos ansiogênico e o mais tolerável para o cliente ou responsável que o leva, nem sempre sendo o mais verdadeiro. Normalmente os motivos reais não são conhecidos ou se apresentam de maneira latente, vindo à tona com o decorrer das sessões e da relação de confiança estabelecida entre o cliente e terapeuta. O paciente quer ser ajudado e quer respostas e estas respostas não estão prontas, elas vão sendo construídas ao longo do processo terapêutico.
A TCC, ao longo do processo vai desenvolvendo um caráter educativo, onde o paciente aprende a ser o seu próprio terapeuta e vai adquirindo liberdade e autonomia. Para que isto aconteça, primeiramente o paciente deve ser esclarecido sobre a origem de seu transtorno e a relação existente entre seus pensamentos, emoções e comportamentos. Além do mais, a terapia cognitiva é focada nos problemas do cliente e no estabelecimento de metas específicas que devem ser cumpridas para a obtenção de uma melhora em seu quadro. É indicada tanto para pessoas que possuam um problema específico (depressão, stress, transtorno bipolar, fobias e outros quadros clínicos), problemas de casal e de família; como para pessoas que queiram aprender a lidar melhor com alguma situação difícil que tenha surgido ou incômoda de sua vida (a descoberta de alguma doença, por exemplo, a morte de alguém). Não há uma faixa etária específica para este tipo de tratamento. Crianças, adolescentes adultos e idosos, todos podem aderir a TCC e obter excelentes resultados.
Embora a abordagem cognitiva comportamental tenha uma resposta bem mais rápida se comparada as demais teorias, não há uma promessa de cura em um numero pré-determinado de encontros, que acontecem na maioria dos casos uma à duas vezes por semana. Normalmente o terapeuta não costuma limitar um numero de sessões - o tempo de tratamento vai depender da natureza e da quantidade de problemas existentes a serem trabalhados, bem como do empenho e da disponibilidade do cliente para o tratamento. Quando um paciente está prestes a receber alta, o intervalo entre as sessões devem ser aumentados, passando de uma vez por semana a quinzenais.

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